quinta-feira, 20 de março de 2014

Síndrome de Joaninha

Acho que estou com síndrome de joaninha. Sabe quando nasce em você um amor enorme por alguma cor ou estampa? Pois é...em mim nasceu esse amor por bolinhas. Ultimamente tenho achado as bolinhas tão bonitinhas, tão femininas, tão carinha de retrô!
Movida por esse amor parti em busca de garotas Plus Size vestindo bolinhas. E... navegando pela internet afora, achei coisas muito legais sobre as bolinhas, que também têm um nome super glamouroso: “Petit-pois” (leia-se petí poá).

Nos anos 50 a estampa de bolinhas foi consagrada nos looks das pin-ups com um apelo erótico e divertido, configurando-se o estilo do período pós guerra personificado pela diva Marylin Monroe.



Mas tem quem atribua a paternidade da estampa ao produtor cinematográfico Walt Disney. A personagem Minnie Mouse foi criada em 1928 e ele queria algo diferente das listras e xadrezes que “bombavam” nos catálogos de moda da época. Foi aí que a ratinha ficou mundialmente famosa com sua roupinha maravilhosa de poás.



Se foi a Marylin ou a Minnie que emplacou as bolinhas no imaginário e no guarda-roupa feminino, eu não sei. Mas uma coisa é certa: as bolinhas dão um toque feminino, divertido e original nas produções e, além disso, a moda vintage é sempre cheia de charme.


Voltando ao universo Plus Size, muitas gordinhas têm medo de usar estampa de maneira geral, e isso acaba influenciando até na hora de usar bolinhas. Algumas grandes mulheres acham que esse padrão pode deixar as formas ainda maiores, mas não é verdade.

O segredo é saber comprar e prestar muita atenção na peça que você está levando pra casa. Na hora da escolha, o corte, ou seja, a modelagem e o tipo de tecido merecem mais atenção do que a própria estampa. Outro detalhe importantíssimo é se olhar no espelho uma, duas ou quantas vezes achar necessário para avaliar bem o resultado do modelito em você. E aí, se você se sentiu bem, linda e confortável, então compre as lindas bolinhas e seja feliz!

Vou postar aqui modelos variados de petit-pois usados por mulheres gordinhas.

Tem vestidos...


Agora, olhem bem para o vestido da foto abaixo. Ele é larguinho, o tecido é fino, tem transparência, o fundo é branco, a saia é volumosa e a estampa é de poazinhos pequenininhos. Ou seja, ele tem tudo aquilo que sempre ouvimos dizer que não fica bem em gordinhas, certo? Errado! O resultado final ficou lindo! Prova de que devemos parar de acreditar em tudo que dizem pra gente e passarmos a acreditar mais no espelho, no que estamos vendo!



Blusas...
Saias...
Mix de bolinhas...
Maiôs...
Lingeries...

E famosos também usam! Veja o modelito da queridíssima atriz Fabiana Karla!
Olha aí a Kate Middleton, grávida, portanto Plus Size,toda de poazinhos em seu momento Marilyn-Monroe-Esvoaçante...

Se você tiver medo de ousar, as bolinhas podem ficar um charme no visual fazendo parte dos seus acessórios.


Olha a Fabiana aí de novo com um cinto de bolinhas. Achei lindinho esse look dela!


E por último, euzinha de bolinha!
Tem coisa mais fofa do que bolinhas candy color? A minha camisa é assim! Verdinha com bolinhas cor de rosa. Daí, pra quebrar um pouco a doçura, mas ainda com uma pegada retrô, coloquei uma saia de couro fake com zíper nas laterais.

Esse moço bonito aí da foto é o escritor Pedro Gabriel, autor do livro “Eu me chamo Antônio”, que eu estava tietando numa noite de autógrafos dele em Belo Horizonte. 

"Antônio é o personagem de um romance que está sendo escrito e vivido. Frequentador assíduo de bares, ele despeja comentários sobre a vida — suas alegrias e tristezas — em desenhos e frases escritas em guardanapos, com grandes doses de irreverência e pitadas de poesia."
Abaixo, como provocação para que você conheça o trabalho dele, posto um dos seus famosos guardanapos.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Liberte-se da ditadura do corpo ideal!!!

Não foram poucas as lutas que as mulheres protagonizaram ao longo da história para garantirem os seus direitos. E quando tratamos desse assunto o termo “libertação feminina” aparece com frequência, seja associado à queima dos sutiãs em praça pública, ao uso do anticoncepcional ou até mesmo à invenção da máquina de lavar roupas. Mas essa “liberdade” tão sonhada e tão batalhada está hoje ameaçada por uma ditadura, a ditadura do “corpo ideal”.

Podemos entender uma ditadura como uma forma de governo onde não há liberdade para se reconhecer as diferenças e o direito a elas. Só existe um único jeito, uma única maneira. E se você não a seguir rigidamente corre-se o risco de se tornar um fora da lei. Hoje, quem não tem o chamado “corpo ideal” se sente culpado e excluído. Quem não se encontra inserido nesses modelos passa a se sentir mal, como se cometesse transgressões e seu corpo fosse o símbolo de seus fracassos. O problema se agrava quando a saúde do corpo passa a não ter mais importância, só a idealização do mesmo. E uma das formas mais agressivas que as mulheres têm usado em busca do corpo perfeito são as dietas radicais.

Não sou contra as dietas! Eu mesma já fiz várias, das mais responsáveis, com acompanhamento médico, até as mais loucas e cruéis. Já fiz dieta da sopa, dos pontos, da proteína, dos shakes e a tão famosa “reeducação alimentar”, só pra citar algumas. Nunca obtive resultado satisfatório. A última dieta que fiz era associada com auriculoterapia e, pasmem, engordei 3 quilos em duas semanas. O problema era da dieta? Claro que não! Duas amigas emagreceram muito com o mesmo tratamento, mas a bonita aqui engordou. Mesmo assim ainda sou a favor das dietas. Mas vou contar uma coisa pra vocês: Dietas milagrosas não existem. Passei grande parte da minha vida em busca delas e não encontrei. E a cada tentativa eu me enchia de esperanças e me consumia em frustrações ao perceber que, mesmo depois de muito esforço, não tinha alcançado o resultado esperado. Mas quem pode ser feliz ao ficar preso nessa ditadura em que o que importa é o ideal e não o possível?

A transformação do meu modo de pensar e de encarar as dietas começou à partir da leitura de uma frase do doutor Alfredo Halpern, médico endocrinologista que participa do programa Bem Estar da TV Globo. Ele disse o seguinte: “Tá gordinha, feliz, saudável? Fica assim!”. Parece simples, mas foi a primeira vez em toda a minha vida que ouvi uma pessoa me dizer que eu não precisava mudar. E essas palavras ficaram ecoando na minha mente e no meu coração.

Cheguei à conclusão que, se há uma variedade de tipos de pessoas, há uma variedade de tipos de corpos. Há pessoas que por mais dietas que façam jamais conseguirão alcançar aquele padrão que desejam, justamente porque sua constituição física não permite. É inútil querer mudar a estrutura do corpo de forma radical. É como querer que uma bananeira dê jabuticabas em vez de bananas. Só se pode exigir do corpo o que é possível, senão vira caso de agressão contra a própria natureza. Passei a encarar a dieta como uma aliada para a conquista de uma boa saúde e não como uma ferramenta de emagrecimento. Uma dieta que só foca em calorias e não leva em conta o valor nutricional dos alimentos não é saudável e pode trazer danos a longo prazo.

Recentemente uma garota de Vitória, no Espírito Santo, perdeu 13 quilos e também o movimento das pernas. O problema foi provocado por uma desnutrição profunda. Ela estava se alimentando apenas de shake e chá, e também tomava remédio para combater gordura localizada. Nada de comida, no almoço e no jantar. O resultado foi uma desnutrição tão forte que ela quase não conseguia ficar em pé. Por pouco o seu quadro de saúde não se agravou a ponto de ser irreversível ou leva-la à morte.

As pessoas estão tendo conceitos errados sobre a comida. É preciso começar a resgatar a ideia de que comida é alimento para o corpo. É a comida que nutre nosso corpo todo. Nutre nosso cérebro, nossos ossos, nossos tecidos, nossas células. É como se fosse o combustível para uma máquina. E o que acontece quando não tem combustível? A máquina para de funcionar. E da mesma forma acontece com o nosso corpo.

Portanto, queridas mulheres guerreiras de todos os tamanhos, a nova “libertação feminina” é romper com a “ditadura da magreza a qualquer custo”. Não vamos levantar a bandeira da obesidade, mas do viver bem. Aceitar o seu corpo não significa que você não vai ligar e nem cuidar bem dele. Se você quer emagrecer, invista na consciência, no conhecimento, mas sem perder o foco na saúde. Quem quer melhorar seu corpo vá em frente, mas sempre respeitando sua natureza e não indo em busca de um corpo mítico. Quem deseja o impossível está destinado a ser infeliz, porque se engana e nega a realidade. E continuar nessa busca é como correr atrás do vento.