Quando uma mãe descobre que está grávida ela já começa a idealizar o filho. O que é super normal, porque toda mãe deseja sempre o melhor para o seu filho. Nenhuma mãe quer que o filho sofra com doenças, rejeições e muito menos com preconceito. Só que um filho não é como um bonequinho que a gente escolhe o modelo e vai buscá-lo na loja. Ele é uma outra vida, uma criatura única, com vontades próprias e características peculiares, que nasce e cresce com qualidades totalmente alheias aos desejos da sua mãe. Mesmo assim, as mães seguem desejando e idealizando. E, na ânsia de acertar, muitas vezes acabam errando e deixando marcas irreparáveis em seus filhos.
No mundo em que vivemos a obesidade e sobrepeso são vistos como defeito e não como características físicas. E é por isso que nenhuma mãe quer ter uma filha gorda. O grande problema é que muitas mães acabam por valorizar mais as características externas da filha do que os seus sentimentos, suas angústias e as suas vontades. E o resultado disso são filhas inseguras e profundamente tristes.
Mesmo não se dando conta do mal que está causando, quando uma mãe começa a criticar sua filha, dizendo que ela precisa comer menos ou então vai ficar feia, o que ela está fazendo é alimentando em sua filha um sentimento de rejeição, que muitas vezes pode culminar em distúrbios alimentares como bulimia ou anorexia. E ao escutar estas recriminações, a menina passará a acreditar que se não for magra e bonita, jamais será aceita pela mãe e nem pelo mundo. Aliás, ela só será bonita ser for magra.
Algumas mães fazem de tudo para humilhar e diminuir suas filhas, tratando-as como fracassadas porque não conseguem manter a forma. Conheço muitas garotas que dificilmente conseguem conversar com suas mães, porque têm sempre que passar por uma bateria de condenações: “Se comer este hambúrguer, vai virar um bucho!”... “Você está gorda para usar biquíni, menina!”... “Você sabia que uma bola de sorvete tem um milhão de calorias?”... “Você está tão gorda que nem parece minha filha!”... “A filha da fulana emagreceu fazendo aquela tal dieta. Você tem que fazer também!”
Claro que tem mães que não agridem com palavras, são aqueles tipos "amáveis" por fora, que adoram usar palavras doces para mostrar às filhas o quanto elas são feias e desajeitadas e sempre usam o argumento “ser gordo não é saudável”. Elas costumam dizer: "Filhinha, a mamãe já disse que você não pode comer doces, senão estraga sua pele”... “Ah, filhinha, mamãe já disse mil vezes: você é barriguda, não pode usar camiseta colada.”... “Não precisa chorar, mamãe só fala isso porque quer o seu bem..."
Existem também aquelas mães malucas que passam o tempo todo com uma fita métrica e uma balança de banheiro por perto, nunca disfarçando o desgosto quando descobrem que a menina engordou 100 gramas. Não são capazes de fazer uma única refeição sem contabilizar as calorias que serão ingeridas. Como é possível uma mãe se empenhar tanto em fazer a filha odiar o próprio corpo, e ainda querer que ela seja normal!?
E então eu te pergunto: Você tem sofrido muito por causa dessa mulher que, mesmo te amando, vive te perseguindo? Então saiba de uma coisa: Mantenha o foco em viver uma vida saudável e ativa. Deixe o peso de lado e largue o ódio ao seu corpo no passado, que é onde ele merece ficar.
E pra finalizar, com o coração apertado, mas cheia de coragem eu deixo aqui a minha Dica PLUS: “Não importa que ela seja sua mãe, e que a função dela seja te amar, se a influência é negativa em sua vida, aprenda a dizer NÃO! Mesmo que venha de quem deveria te aceitar, ou em forma de “só quero o melhor pra você”, diga NÃO! Ame sua vida e troque toda rejeição por aceitação. Diga SIM para quem você é!!!
Dicas PLUS para as mães
Como auxiliar sua filha adolescente e gordinha a ter autoestima
1) Mesmo com uma alimentação balanceada e saudável algumas crianças e adolescentes podem apresentar sobrepeso e obesidade. Se isso acontece em sua casa, procure orientação médica e peça ajuda. Existem muitos gordinhos perfeitamente saudáveis. Mas existem alguns casos em que a obesidade é provocada por algum distúrbio hormonal ou algum outro problema de saúde. Só um especialista saberá orientá-la adequadamente.
2) Paralelamente ao auxílio do especialista, não esqueça que seus filhos precisam continuar vivendo, se divertindo e se relacionando com os amigos. Puni-los, relembrá-los e recriminá-los a todo instante por estarem acima do peso só fará com que evitem relações sociais e intensifiquem comportamentos nocivos para a saúde, como os distúrbios alimentares e a ociosidade.
3) Faz parte da cultura feminina a paixão por roupas que seguem as últimas tendências da moda e com as adolescentes isso é reforçado. Sua menina, mesmo acima do peso, também quer estar na moda. Muitas vezes elas fingem não gostar de roupa nova, mas pode ser medo de não conseguir encontrar nas lojas nada parecido com o que as amiguinhas magras usam. Você, mãe, pode ajudá-la nisso. Compre roupas nos lugares adequados para a idade dela. As grandes lojas de departamento, com preços mais populares, já têm roupas para adolescentes gordinhas.
4) Lembre o quanto ela é bonita e especial. Ok, as adolescentes reclamam quando as mães ficam elogiando-as sem parar. Mas tente não elogiá-las, então, para ver o que acontece. Então, vez ou outra, elogie seu desempenho em alguma atividade ou característica física. Isso ajuda, até mesmo, que ela passe a cuidar mais da própria aparência ou se dedicar mais nas atividades escolares. Por exemplo: “Filha, essa sua redação ficou muito boa. Eu queria saber escrever tão bem quanto você”. Ou “Esse short fica ótimo em você! Suas pernas são lindas!”.
